Os juros são uma preocupação constante de quem tem contas a pagar, financiamentos e dívidas em atraso. Mas o que exatamente são os juros, e o que eles representam? E porque somos cobrados em financiamentos e contas em atraso? Para entender essas e outras questões, apresentamos a seguir as funções e a história dos juros, para entender porque somos assombrados por esses índices e valores.
O que são juros?
Juro é um valor cobrado pelo empréstimo de dinheiro. Geralmente ele é expresso na forma de uma taxa percentual, a chamada taxa de juros, e sua cobrança é realizada por diversos fatores que permitam que o credor não fique no prejuízo ao emprestar dinheiro.
Uma outra maneira de encarar o valor cobrado pelo empréstimo de dinheiro é como uma espécie de “aluguel”. Da mesma forma que uma pessoa ao alugar uma casa, recebe uma remuneração, e ao final, recebe o imóvel de volta, em uma transação financeira, o credor recebe uma taxa de juros, e ao final deve receber o seu dinheiro de volta.
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Porque cobrar juros?
Na verdade, existem vários motivos para se cobrar juros. Para efeitos práticos, vamos imaginar um empréstimo. A instituição financeira que concede o empréstimo a juros pensando nos seguintes pontos:
- Risco do cliente não pagar;
- Necessidade de cobrir a inflação;
- Necessidade de lucro.
Pensando nisso, vamos imaginar que você tenha tomado um empréstimo. A financeira vai pedir uma série de documentos de comprovação de renda, para se certificar que você possa pagar o empréstimo, mas mesmo assim ela não tem como ter certeza se você ou outros clientes vão pagar seus compromissos.
Por isso, ela está correndo um risco. Nesse caso, ela cobra uma taxa de todos os seus clientes para que, caso algum deles não honre o compromisso de pagar o empréstimo, a taxa cobrada do risco dos outros clientes pode cobrir parte do prejuízo da financeira. Assim, quanto mais garantias você dar à financeira para um empréstimo, menor serão risco que ela assume de ficar no prejuízo, e assim menor será o juro cobrado de você.
Outro ponto importante é a necessidade do juro cobrir a inflação. Imagine que você tenha emprestado R$ 1.000,00 à uma pessoa, e ao final de um ano, ela lhe devolva os R$1.000,00. Com esses R$1.000,00 na mão, você conseguirá comprar o mesmo que um ano atrás? A resposta é não, por causa da chamada Inflação. A inflação é um índice percentual que mede o aumento dos preços. Imaginando que a inflação seja de 7% ao ano, significa que no ano seguinte, você poderá comprar 7% menos com R$ 1.000,00 do que no ano anterior. Pensando nisso, as financeiras embutem o valor da inflação nos juros, evitando assim a desvalorização do dinheiro.
O terceiro motivo é o mais óbvio: as financeiras precisam obter lucro, então além de cobrar uma taxa de juros relativa ao risco e a inflação do período. Elas precisam cobrar uma taxa do valor cobrado pelo empréstimo de dinheiro que permita que elas obtenham lucro quando o cliente pagar o empréstimo.
Como Surgiram os Juros?
Os juros são uma cobrança muito antiga. É possível encontrar registros históricos de cobrança de juros desde às primeiras civilizações, por volta de 3000a.C. Nessa época, mal havia ainda moedas, então eram cobrados na forma de mercadorias, ao invés de dinheiro. Com o tempo, várias civilizações adotaram o sistema da cobrança de juros, e logo que foram cunhadas as primeiras moedas, já há registro da cobrança do juro em dinheiro nas civilizações de Troia, Babilônia, Egito e Pérsia.
Durante a idade média, a cobrança de juros para obter lucro passa a ser considerada como um tipo de heresia, a chamada Usura, pela Igreja Católica Romana. Porém, com o enfraquecimento do poder de Roma, durante a entrada da Idade Moderna, surgem os primeiros Bancos: instituições financeiras focadas principalmente no lucro através do valor cobrado pelo empréstimo de dinheiro de empréstimos e similares.